terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Será mesmo que você é substituível?

Autor: Desconhecido.

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível".

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? - o encara o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio.

Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.

Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico (até hoje o Flamengo está órfão de um Zico)?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizandoenergia em reparar seus 'gaps'.

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico... O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente/coordenador ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outras moradas'; ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:

"Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém...
pois nosso Zaca é insubstituível"

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor."

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

EFÊMERO

EFÊMERO...
(Letícia Thompson)
Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera,
talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que
temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais.
Algumas, mesmo ainda em botão.
Há sementes que nunca brotam e
há aquelas flores que vivem a vida inteira até que,
pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar.
A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden
e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor.
E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos.
Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar;
falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso
"porque não estamos acostumados com isso"
e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro
sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece
e continuamos os mesmos, fechados em nós.
Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente.
Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos.
Nos consumimos. Costumamos comparar nossas vidas
com as daqueles que possuem mais que a gente.
E se experimentássemos nos comparar com aqueles que possuem menos?
Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos.
Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás.
E então nos perguntamos: e agora?
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa,
de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa,
de agradecer pelo que temos. Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar,
dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar-se para Deus
e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ISO FELICIDADE


ISO FELICICADE – Uma nova perspectiva para uma velha proposta



O ápice da cultura individualista é atingido quando a pessoa em meio a uma multidão sente-se sozinho. O resguardar da própria segurança alcança o absurdo absoluto de não permitir-se conversar com desconhecidos ou fazer algo que saia do padrão comportamental vigente, reduzindo a rede de relacionamentos à aqueles forçosamente impostos pela escola, trabalho, e demais meios que supostamente escolhemos para viver. O sujeito perde-se dentro de si mesmo ao não encontrar ponto de apoio na existência do outro, que lhe conferirá igual inexistência, julga-se sozinho por não permitir-se notar as outras pessoas ao seu redor, é o efeito espelho da invisibilidade, eu não noto, não me notam.


O símbolo do movimento ISO Felicidade foi criado tendo a borboleta como símbolo da liberdade que advém da transformação do indivíduo, e a flor como um modelo de empresa onde o respeito humano esteja colocado acima das necessidades do capitalismo e demais “ismos” que mostram-se como um ‘sistema’, onde as pessoas são as peças mais importantes, mas que nunca percebem-se como tal. Colocando o ser humano, o ser que trabalha, vive, luta e possui as mais variadas motivações para as mais variadas tarefas, podemos lembrar que sobretudo, o importante é ser feliz. Se a flor é o centro, exala perfume, vida, exala FELICIDADE, e que deste modo, atrairá mais e mais borboletas para si... “O importante, muitas vezes, não é o quanto se ganha e sim o como se ganha”.

Embora exista uma aparente controvérsia em ser um movimento social, sob o nome de ISO (Conjunto de Regras que servem à aquisição de capital), a ISO Felicidade surge não como algo antagônico ao capitalismo e nem pretende defender uma nova espécie de proposta econômica; essa proposta é apenas uma nova visão, por parte das empresas e de seus funcionários sobre a sociedade atual e sobre si próprias. Partindo do princípio do direito que é o respeito à vida, numa perspectiva de não desperdiçarmos a vida de trabalhadores, subalternos, ou colegas de serviço, proporcionando às pessoas a possibilidade de pensar sobre si, sobre o seu mundo e sobre o seu trabalho, refletindo sobre a sua segurança, saúde e importância. Em outras palavras, pensar no seu bem estar bio-psico-social.

A vida vertiginosamente veloz obriga o cidadão a dedicar-se severamente no trabalho, exaurindo suas forças, e ao chegar em sua “bela casa” vitimada pelos bens de um consumismo desenfreado (itens dos quais não necessitava para sua subsistência), ele crê que os cuidados para consigo mesmo e para com os filhos, se limita no garantir a manutenção deles (comida, roupa, higiene e supérfluos) e não nota a necessidade oculta de amor, atenção e afeto. O filho é tratado com o mesmo cuidado que o chefe ou a vida cuida do sujeito. Os filhos crescem introjetando, guardando dentro de suas cabeças tudo o que “os mais velhos” pregam acerca da necessidade de sua auto-sustentação, para serem bem vindos à sociedade dos UNDIVÍDUOS (Individualismo Radical).

Fora as máscaras sociais tão difundidas de uma pseudo auto-suficiência imbecilóide. Embora todos intimamente desejem por carinho, tornou-se comum negar nossas necessidades e desejo, tudo em nome de um "tipo" independente, descolado, sexualmente ativo, devorador... dominador. Dominador até da vontade do outro em doar seu carinho. Esta é a ilusão moderna, achar que podemos controlar racionalmente a expressão afetiva do outro e a condicionar para o nosso próprio prazer. Tentar ter o dom do Cupido e acertar, a nosso gosto, o coração do outro. Carinho é simples como a vida, exigindo apenas espontaneidade.

Resultante da espontaneidade do amor pela humanidade nasce o respeito pelos semelhantes, as classes sociais bem definidas na monarquia, a possibilidade de ingressos nos moldes monárquicos da burguesia e a possibilidade de alavancagem social proposta pelo capitalismo. Devemos reverter nossa visão agressiva de querermos conquistar a vida por meio de apreensão de produtos (já passamos por isso no mercantilismo), e chegarmos enfim ao pensamento livre, o que é realmente necessário para a vida. Inicia-se o movimento ecologicamente correto de não desperdício de qualquer forma de matéria prima e a reutilização consciente de materiais inservíveis. Mas será que o ser humano é reciclável? Será que somos possuidores de segundas chances? Ao que tudo indica, estamos jogando fora nossas vidas, esquecendo que somos “animais sócias” como dizem os evolucionistas, e passando a ser estúpidos seres que deixam-se escravizar pela falta de senso crítico, pela falta de noção da realidade imposta.

Taylor e Ford alienavam as pessoas conferindo-lhes apenas parcela do conhecimento, dividindo o saber e subvertendo-os. Temos um mundo de bens de consumo sendo criado numa freqüência cada vez maior, as máquinas altamente avançadas não necessitam, senão, de poucos funcionários, de poucas pessoas para mantê-la funcionando. Os trabalhadores lançados para fora do mercado, irão recorrer a novas formas de manutenção de suas vidas, e se abrigarão no mercado da informalidade, criou-se a pseudo prostituição profissional e intelectual, onde trabalhador que antes podia ser expert em um determinado assunto, migra ao proletariado e termina tendo a necessidade de se alocar em qualquer espaço social que possa conseguir para ter uma sobrevida medíocre e despida de qualquer sentido para si próprio.

Ao passo que a sociedade avança ela retroage à época do escambo, quando a vida se pautava na troca de prestações de serviços, ou de produtos de pequenos comércios familiares. O trabalhador é um ator social munido de intelecto e capaz de organizar-se dentro das suas necessidades, não é alguém inerte e passivo na dinâmica das organizações. No entanto é preciso reconhecer que o vínculo existente entre o trabalhador e a empresa muitas vezes torna-se doentio, quando pautado pela venda da força de trabalho e o pagamento da mesma. Embora o trabalhador possa se recusar em fazer um serviço perigoso, é preciso reconhecer a possibilidade do desemprego, a análise é feita entre, um risco real do desemprego, e um risco hipotético do acidente, nesta situação o trabalhador tende a executar o serviço independente do risco inerente da atividade.

O empresário consciênte é aquele que reconhece a prevalência da vida e da felicidade dos seus funcionários acima da máxima valia, acima da geração do lucro. A ISO Felicidade é uma forma de fomentar a visão positiva dos funcionários sobre o próprio sistema de trabalho ao qual estão inseridos. Afinal, não dizem que “funcionário feliz produz mais?” ou ainda, “funcionário feliz, patrão sorridente?”

A ISO Felicidade nortear-se-á a promover o bem estar social. É uma atitude, e não uma organização. A ISO Felicidade é a integração de todas as formas de expressões humanas e possui apenas um marco principal evidenciado pelo seu próprio nome de ISO Felicidade: não há regras predefinidas, e com isso não se pretende dizer que a regra é a ausência de regra, mas antes disso permitir a liberdade da criação das regras de bem estar social pelos próprios grupos, onde houver identificação da proposta. Afinal, sabemos desde crianças que cada pessoa tem o seu jeito de ser, de ver e de viver no mundo. Respeito é a lei.